terça-feira, 25 de dezembro de 2018

Brigada Marighella contra o fascismo - #EleNão


Torcer nas arquibancadas brasileiras tornou-se, ao longo da história, uma forma de resistência. Pobres, mulheres, negros, gays, nordestinos e tantos outros grupos resignificam as trajetórias dos seus clubes soltando o grito da garganta e abraçando, na hora do gol, aqueles que poderiam ser seus algozes em outros contextos.

Tal cultura torcedora tem um efeito transformador inestimável, pois constrói laços entre os que estão distantes e nos faz caminhar para uma noção de humanidade diversa, plural e inclusiva.

Todavia, vivemos um momento em que esta cultura sofre sérias ameaças em muitos lugares do mundo, principalmente no Brasil, um país que traçou, no passado, dentro e fora de campo, a possibilidade de um futebol que represente aqueles e aquelas que vêm de baixo.

O fascismo articulado com o neoliberalismo, racismo, misoginia, lgbtfobia e todas as formas de discriminação está a solta e tem como representante maior na atualidade o candidato à presidência da república Jair Bolsonaro.

Nós da Brigada Marighella, grupo de torcedores e torcedoras antifascista do Esporte Clube Vitória, vemos nele um risco à trajetória popular redesenhada pelo clube ao longo da sua história e fortalecida com o Barradão, um estádio encravado na periferia, que mudou a nossa história e da população ao seu redor.

Repudiar Bolsonaro é uma forma de refletirmos não apenas enquanto torcida, mas enquanto sociedade, almejar um futuro de dignidade e democracia em que as mulheres sejam cada vez mais respeitada e tenham voz em todos os espaços que seus corpos ocuparem, principalmente, no nosso caso, dentro do futebol.

#EleNão #TorcidasContraOFascismo

Brigada Marighella

quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

No campo da luta, somos as/os melhores!


A Brigada Marighella repudia veementemente a ação do deputado federal e conselheiro do Esporte Clube Vitória, José Rocha (PR) de associar a imagem do Vitória ao presidente Jair Messias Bolsonaro.

José Rocha tem histórico de usar a imagem do clube para interesses próprios dentro da política. Quando presidente do clube, em 1986, chegou a usar as cores e o nome do Vitória em sua campanha política, afim de se eleger, e agora usa simbolicamente a camisa do Vitória para selar sua aliança com o novo governo.

O Esporte Clube Vitória manda seus jogos no Manoel Barradas, localizado em Canabrava, periferia de Salvador.

Estar nesse território inseriu torcedores oriundos das classes mais populares para dentro do estádio; seja nos jogos, seja na relação institucional do clube com o bairro através de projetos sociais.

Para as torcidas de todos os times o governo de Jair Bolsonaro é um retrocesso, seja porque seu partido defende o fim das torcidas organizadas, pois as consideram como organizações criminosas, como expressado pelo deputado federal Major Olímpio (PSL-SP), seja por que retira direitos do povo, e não entende o esporte como importante para a formação cidadã dos jovens que, muitas vezes, sem perspectivas, ficam à mercê de alternativas de risco a exemplo do tráfico de drogas.

O fim do Ministério do Esporte apenas ratifica o mau caratismo deste futuro presidente, que posa de torcida em torcida, mas na prática defende um projeto que o esporte não tem vez.

Para Bolsonaro é mais importante armas na mão que bola nos pés.

#ZeRochaRespeiteoECV
#VoltaMinisteriodoEsporte
#EsporteSimArmasNao

Brigada Marighella - Torcida Antifascismo do Esporte Clube Vitória

 

sexta-feira, 28 de setembro de 2018

Torcedoras do Vitória contra o fascismo


O direito à participação das mulheres no futebol nem sempre foi assegurado, de modo que ainda observamos resquícios de uma lógica que inferioriza, deslegitima e questiona a participação feminina, resumindo o seu papel ao mero "embelezamento" dos estádios.

Nos elencos profissionais persistem disparidades de investimento e valorização, sendo o E.C.Vitória um dos poucos clubes do Brasil a investir nas mulheres jogadoras, o que evidencia o compromisso do time com o protagonismo das atletas.

No entanto, nós torcedoras do rubro-negro ainda vivenciamos situações desconfortáveis a exemplo das já ultrapassadas "piadas" machistas, ofensas direcionadas às mulheres (mães, esposas), escassez de materiais femininos, insegurança no entorno dos estádios (especialmente para os jogos que terminam às 00:00), dentre outros fatos naturalizados.

Dessa forma, e cientes dos desafios que se colocam para consolidação da participação feminina na esfera pública e no futebol em particular, é que nós rubro-negras vimos a público denunciar e repudiar o posicionamento racista, misógino, lgbtfóbico e anti-povo do candidato Jair Bolsonaro (PSL) que se coloca como claro obstáculo à ampliação e garantia dos direitos historicamente conquistados pelas mulheres brasileiras ao longo dos últimos anos.

Um parlamentar que homenageia torturadores acusados de práticas degradantes contra mulheres durante o regime militar, que incluía estupros, agressões e a colocação de ratos em seus órgãos genitais, advoga pela redução da já insuficiente licença-maternidade, defende a diferenças salariais pela condição de gênero e apresenta projetos de lei que negam assistência às mulheres vítimas de violência sexual pelo SUS, é incompatível não apenas com o projeto político que acreditamos, mas com o próprio Estado Democrático de Direito.

Em tempo, convidamos todos e todas a comparecer neste sábado (29) às 15h no Campo Grande para o grande ato nacional contra o facismo!

Subscrevem essa nota:

Bete Dantas (Sócia do ECV/Torcida Os Imbatíveis)
Elisa Gallo (Sócia do ECV/Brigada Marighella)
Poliana Rebouças (Sócia do ECV/ Brigada Marighella)
Fernanda Castro (Brigada Marighella)
Fernanda Leite (Torcedora do Vitória)
Manuela Silveira (Sócia ECV/Brigada Marighella)
Gabriela de Gardênia (Brigada Marighella)
Cecília Silva (Sócia ECV/Brigada Marighella)
Marilia Nascimento Pinto (Brigada Marighella/Instituto Araçá)
Cajuh Almeida (2ª Diretora de Universidades Publicas da UNE)
Lorena Lima (Torcedora e professora de História)
Liana Leite (Conselheira do ECV)
Erika Souza (Conselheira do ECV)
Barbara Ribeiro (Conselheira do ECV)
Juliana Malhado (Conselheira do ECV)
Lilian Garrido (Conselheira do ECV)
Luana Soares (Brigada Marighella/CONEN-BA)
Karen Machado (Sócia do ECV/Torcida Os Imbatíveis )
Láisa Franco (Torcedora do Esporte Clube Vitória/ Torcida Os Imbatíveis)
Ilana Santos ( Torcedora e Técnica em Logística)
Jamile Brito - Sócia Torcida Os Imbatíveis / cabeleireira
Leila Feitosa (Torcedora do ECV/Leoas da Barra)
Pricila Costa (Torcida Os Imbatíveis)
Luiza Guimarães (Torcedora do ECV)
Fernanda Glória (Torcedora do ECV/Torcida Os Imbatíveis )
Juliana Maltez (Socióloga/Torcedora do Vitória)
Mayra Kelly (sócia do ECV/ Torcida Os Imbatíveis)
Maria Teresa (Torcida Os Imbatíveis)
Laís Paulo (Torcedora do ECV/ Assistente Social )
Maria Vitória Macena ( Torcedora do ECV)
Jessica Matos (Torcedora do ECV/ Educadora)
Maria da Paixão Murici ( Conselheira ECV)
Sergiane Santos ( Torcedora do ECV)
Lorena Silva (Torcedora do ECV )
Carolina de Jesus Silva ( Torcedora do ECV)
Ingrid Franco (Torcedora do ECV/ Estudante de Engenharia )
Bruna Menezes (Torcedora do ECV / Graduada no curso de Serviço Social pelo UFBA / Militante Feminista)
Natália Vieira (Torcedora do ECV/ Torcida Os Imbatíveis)
Maria de Lourdes Guimarães Dourado (Assistente Social / Torcedora do ECV)
Iasmim Ornelas (Torcedora do ECV)
Amanda Silva (Torcedora do ECV)
Larissa Franco ( Torcedora do ECV/ Estudante de Arquitetura e Urbanismo)
Marina Rosado (Assistente Social)
Gabriela Martins de Oliveira (Torcedora do ECV)
Ivana Santos (Torcedora do Esporte Clube Vitória/ Estudante de Artes na Universidade Federal da Bahia
Grazielle Freitas (Torcedora do Vitória)
Michele Sodré (Professora de história e torcedora)
Emili Gonçalves dos Anjos (Torcedora ECV)
Indianara Santos Nascimento (Torcedora do Vitória)
Natália Bugarin (Torcedora do vitória)
Dejaci Santos Silva(Torcedora do ECV/ Coordenadora Pedagógica)
Denise Silva de Souza (Torcedora do ECV/ Coordenadora Pedagógica)
Denise Serra Costa (Professora / Torcedora do ECV)
Sandra Carla Oliveira ( Torcedora do ECV)
Sandra Cristina Souza( Torcedora do ECV)
Iara Magalhães Miranda Santos (Torcedora do ECV)
Mila D'oliveira (Sócia do ECV)
Clara Dourado (Sócia do ECV)
Lailla Santana (Torcedora do ECV/ Torcida Os Imbatíveis)
Lara Rios (Sócia do ECV)
Fátima Uane ( Torcedora do ECV)
Luana Beatriz ( Torcedora do ECV / Sócia da Torcida Os Imbatíveis)
Rosiele Alves (Torcedora do ECV)
Lara Salles (Torcedora do ECV)
Laís Santana (Torcedora do ECV)
Thaís Caldas (Torcedora do ECV)
Michele de Jesus (Sócia do ECV/ Torcida Os Imbatíveis)
Keila Santos (Administradora/ Sócia do ECV)
Rute Santana (Torcedora ECV)

Wesley (Sócio/ Brigada Marighella)
Donato de Assis (Sócio ECV/ Vitória Popular/ Brigada Marighella)
Diego de Assis (Sócio do ECV/ Vitória Popular/Brigada Marighella)
Frederico Neto (Brigada Marighella/ Vitória Raiz
Vítor S S Santos (Brigada Marighella)
Vinícius Calmon (Diretor da UBES/ Sócio do ECV)
Davi Leite (/Brigada Marighela)
Eduardo Pereira (Brigada Mariguela)
Marivaldo Cerqueira (Brigada Marighella)
Rafael Matos (Sócio ECV/Brigada Marighella)
Artur Mota (Sócio ECV/Brigada Marighella
Caio Fernandes ( Professor de História)
Rafael Portela (Brigada Marighella)
Sheltom Aragão (Brigada Marighella/ Professor de Português)
Diogo Ferreira de Almeida Rêgo (Sócio do ecv - brigada marighella - professor de administração)
Lucas Grisi (Sócio do ECV/ Brigada Marighella)
Rafael Lucas (Vitória Popular)
Icaro Simões - Sócio do ECV / Brigada Marighella
Bendito Carlos Libório Caires - Professor de Educação física da Universidade Federal de Sergipe - Brigada Marighella - Diretor Nacional ANDES-SN
Wendel Raposo (Sócio ECV/Recanto Rubro-negro)
Laércio Santos /FNL E torcedor do ECV
Luís Carlos Santana (Sócio do ECV / Profissional de Educação Física)
Tarcísio Mota Cardoso (Sócio do ECV/ Brigada Marighella)
Felipe Mota (Sócio ECV/Torcida Os imbatíveis)
Maurício Cerqueira (Sócio do ECV)
Ricardo Oliveira (Sócio do ECV/Torcida Os Imbatíveis)
Welber Magalhães (Torcedor do ECV / Residente Multiprofissional em Saúde)
Vinicius Araújo (Sócio ECV/Torcida Os Imbatíveis)
Eduardo Lima (Torcida Os Imbatíveis/ Sócio do ECV)
Mário Smith ( Brigada Marighella/ Artista / Membro do Comitê Internacional de Dança)
Maiquel Vinicius dos Santos e Santos (Sócio do ECV / Técnico em Plásticos)
Adam Alves ( Torcedor do ECV)
Luís Vinicius ( Sócio do ECV)
Daniel Caribé (Sócio do ECV/Brigada Marighella)
Leonardo Vitorino ( Sócio ECV / Brigada Marighella)
Rubem de Sousa Marques Filho ( Sócio ECV/ Sócio Torcida os Imbatíveis/ Educador Físico)
Marcelo Fernandes Pereira da Silva (Torcedor do ECV)
Enderson Araújo (Torcedor do ECV/ Mídia Periférica)
Felipe da Mata (Sócio2 ECV)
Tiago Bittencourt (Conselheiro/ Vitória Sem Fronteiras)
Vitor Sarno Brasília/DF (Brigada Marighella/Vitória Candango)
Antonio Teixeira (Brigada Marighella)
José Guerra Conselheiro/Vitória Candango/Brigada Marighella
Fernando Tolentino (Sócio, Conselheiro, Brigada Marighella Candang
Elissandro Trindade (sócio ecv/ frente vitória popular
Guto Noronha (torcedor ECV / Militante LGBTIQ+)
Ícaro Vergne (Brigada Marighella)
Vinícius Alem (Brigada Marighella)
Emanoel Tadeu Dias (Professor e membro da Brigada Marighella)
Rafael Bastos (sócio torcedor, Brigada Marighella e Vitória 40 graus - RJ)
Samuel Matos (Sócio ECV)
Cauã Dominguez (Torcedor do Vitória/Cadeira cativa)
André Maron (Brigada Marighella)
Dudu Ribeiro (Brigada Marighella)
DJ Bomfim (Torcedor do ECV/ Levante Popular da Juventude)
Fábio Sacramento (torcedor do ECV)
Rafael Dourado (Sócio ECV/Brigada Marighella)
Tiago Jerran (Sócio/Conselheiro ECV)
Anderson Nunes ( Sócio do ECV / Conselheiro do ECV)
Irlan Simões ( Coselheiro / PPGCOM/ UERJ)
Fábio Monteiro (Jornalista)
Victor Iury Alcântara (Torcedor do ECV/Fisioterapeuta e Professor de Jiu-Jitsu)
Jurandir Júnior (Torcedor do ECV)
João Paulo Guimarães da Silva (Torcedor do ECV/ Os Imbatíveis)
Pedro Tavares (Torcedor do ECV/ Servidor Público)

sexta-feira, 6 de abril de 2018

Em 1946: A homenagem de Marighella a um general da FEB

Á esquerda da imagem o general Mascarenhas, proclamado como marechal naquele dia. No lado direito, o deputado Carlos Marighella proferindo o discurso em homenagem ao marechal e a FEB. (Foto: Tribuna Popular, 1946)

 Nos dias atuais, o Brasil viu o general Villas Bôas fazer sua aparição na mídia incitando uma eventual intervenção militar e inflamando ainda mais a instabilidade política do país. Muito tem se falado sobre a falta de idoneidade general-de-exército em estimular um novo golpe militar ao país. Como dizia o saudoso Lamarca: "Tarefa militar é tarefa política". Mas quando esta tarefa militar-política propõe aplicar algo que já mostrou-se danoso ao povo e ameaça voltar de novo, provoca-se uma série de direitos conquistados pós-ditadura. Em outros tempos, quando os militares da FEB (Força Expedicionária Brasileira) não tinham a proposta de serem golpistas como foram os de 1964 e como ameaçam ser os de hoje, generais eram recebidos com imensa satisfação pelo povo brasileiro por terem combatido para livrar a Itália do fascismo. 

 Em 1946, o general Mascarenhas de Morais, combatente na Campanha da Itália, foi homenageado no congresso brasileiro, valendo a ele a patente máxima de Marechal. Entre seus homenageadores estavam o deputado baiano Vieira de Melo (PSD). Além dele outro baiano, ninguém menos que o também deputado Carlos Marighella (PCB). Em homenagem ao militar, Marighella proclamou o seguinte discurso:

"Sr. Presidente. Sr. Marechal Mascarenhas de Morais. Srs. Ministros e demais autoridades presentes. Grande honra é para o Partido Comunista interpretar os sentimentos do nosso povo. Saudando a gloriosa Força Expedicionária Brasileira na pessoa de seu comandante em chefe. Para isso nos reunimos nesta casa - a mais alta encarnação da soberania popular - e como se fossemos uma única vontade - todos os partidos aqui representados - confraternizamos nesta homenagem a um valoroso cabo de guerra. 

 Sr. Marechal. Confirma agora esta Assembleia o apreço que vos tem. Pois - como sabeis - antes, neste mesmo recinto, por unanimidade de votos, vos haviam sido concedidas, sem a vossa presença aliás, as honras de Marechal de nosso glorioso Exército. A verdade é que nenhum patriota pode desconhecer o papel de nossos soldados e marinheiros de guerra. 
(...)

 Somos insuspeitos para dizê-lo sr. Marechal, nós os comunistas que vos saudamos. Perseguidos durante mais de duas décadas, reduzidos a uma ilegalidade brutal, presos e deportados na maior parte os novos dirigentes, não negamos o nosso apoio ao governo que fazia guerra contra o banditismo nazistas. 

(...)

 Quando mais não bastassem os esforços conjugados das Forças Armadas, do povo e do governo para esmagar o fascismo, pelo menos haveríamos de nos sentir recompensados com o resultados obtido - a volta do país a legalidade democrática. Vossa presença nesta Casa sr. Marechal, significa, por sem dúvida, um marco histórico na Marcha da Democracia, uma nova fase nos costumes políticos do país. 

(...)

 Cremos, porém, tenha sido o nosso governo advertido dos interesses da Nação. O Exmo. Sr. Gen. Eurico Gaspar Dutra é homem da lei, e - como vós - rijo soldado do nosso Exército. No alto posto que ocupa há de ver e sentir o que reina por entre nós. Como comunistas - e não cremos que outro seja o propósito das demais forças políticas aqui agrupadas - o nosso desejo é o apoio franco, leal e sincero ao governo. 

 Possa, assim, sr. Marechal, a vossa presença nesta Casa servir mais uma vez aos interesses da Pátria, e que, pela saudação que ora vos fazemos, saiba a Nação do clamor de todos os brasileiros por um governo de confiança nacional, pelo asseguramento da democracia com a nova carta constitucional, por cuja aplicação o Partido Comunista se baterá e da qual será defensor intransigente."

O discurso de Marighella remonta a uma importante frase: "Está fadada ao fracasso a esquerda que não está em sintonia com seus militares.", o Marechal Mascarenhas chegou a dirigir uma carta para o deputado comunista Milton Caires de Brito em agradecimento ao discurso pecebista. Em tempos onde vozes como a de Villas Bôas ecoam nos ouvidos do povo, faz-se cada vez mais importante uma alternativa de esquerda as infames declarações do oficial. Tal como ele, seu antecessor, Enzo Peri, chegou a dar ordem para os militares do exército não darem depoimentos a Comissão da Verdade. Por mais infeliz que seja, as viúvas da ditadura militar ainda estão nas fileiras das forças armadas, e com a crescente reacionária não têm mais medo de prejudicar ainda mais o país.

segunda-feira, 26 de março de 2018

Nota de repúdio ao novo vídeo divulgado pelo jogador Vinícius do Esporte Clube Bahia



Nós, torcedoras e torcedores da Brigada Marighella do Esporte Clube Vitória, afirmamos que mais uma vez o jogador mencionado age em tom de violência, de deboche, e de forma desrespeitosa às mulheres, mostrando-se sem nenhum pudor sobre seus atos. Como todas e todos sabem, o primeiro vídeo ocorreu às vésperas do primeiro clássico e foi circulado em redes sociais. Agora, reta final de um campeonato baiano em mais um clássico, as cenas se repetem.

A nossa indignação vem somada às não respostas de certas representações formais como a diretoria do time rival, da justiça e da mídia. Quando estas se mostram ausentes, além de dar legitimidade a tais atitudes, continua-se a reproduzir o machismo com afirmação sem precedentes do que nos é simbolicamente impostos desde sempre: espaços de subserviência, subalternidade e abuso sexual, afinal de contas, o que seria "traçar a mãe deles" senão a denotação explícita da dominação masculina?

Ao contrário do que é falado constantemente do modelo atual de futebol como um não espaço para manifestações políticas -- em tempos de golpe e barbárie, expor qualquer opinião contrária à (des)ordem é uma afronta --, nós acreditamos e fortalecemos outros pensamentos. Acreditamos que como um espaço de ocupação popular e dispostas de pensamentos, é preciso a todo instante mostrar e reafirmar nossas pautas.Todo espaço coletivo é político e tornar explícitas essas posições é uma questão de honestidade moral e intelectual. A cada dia as mulheres passam a ocupar espaços antes negados, como as próprias arquibancadas dos estádios de futebol. Esse caminho não tem volta.
E por tal, precisamos rever as posturas de pessoas que estão ali para representar a nossa paixão (o time).

Como continuar andando num ambiente com frases proferidas que estimulam a violência sexual contra mulheres? Como ir a um estádio onde os olhares são a todo instante fitados nas vestimentas femininas, no corpo feminino? Jamais aceitamos e continuaremos lutando contra a violência sexual e a desumanização das mulheres. Exigimos um posicionamento público das diretorias do Esporte Clube Vitória e principalmente do Esporte Clube Bahia, além de punição ao jogador citado pelas violências cometidas em sua fala registrada em vídeo do Vinícius Goes Barbosa de Souza.

Brigada Marighella e Brigada Dandara

Nem perdoaremos, nem esqueceremos!

#MarielleVive